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Ex-diretor do Palmeiras conta como fez Palmeiras evitar reforços nos rivais

Gustavo Gómez e Raphael Veiga, alicerces no bicampeonato da Copa Libertadores, chegaram depois de uma disputa do Verdão com os rivais Flamengo e São Paulo.

 

 

Para levar o zagueiro Mina, o diretor contou com a “ajuda” do Barcelona, e na entrevista ele ainda explicou a importância da contratação de Lucas Lima para demonstrar a força alviverde no mercado.

 

 

Gustavo Gómez

 

“Eu vi a notícia no Globo.com que o Boca estava fechando com o Gómez. E eu lembrava muito pouco dele no Libertad, mas a gente precisava de um zagueiro e pensei: se o Boca está querendo é porque é bom. Entrei, vi a ficha e chamei o analista de desempenho. Ele olhou, aprovou e o técnico era o Roger Machado. O auxiliar gostou, também. Peguei o contato do empresário e foram dois meses na cabeça do cara, chegou uma hora que ele falou que não aguentava mais ligação minha”.

 

 

“Eu respondi que tinha certeza absoluta que o Gustavo Gómez vai recuperar os dois anos que perdeu entre aspas no Milan, jogando pouco. Uma ligação que eu fiz com o Barrios ajudou muito. Pedi para ele conversar com o Gómez sobre o Palmeiras, porque ele estava indo para o Boca e agora estava fechando com o Flamengo. Ele ligou, elogiou bastante, comparou com a Europa, pagava em dia… e para convencer o Leonardo, que era diretor do Milan na época? Foi uma luta”, disse o ex-diretor.

 

 

Mina

 

“O tio dele era o empresário na época, eu ligando para ele e ele printou a tabela do Brasileiro de 2015, com o Palmeiras em oitavo e eu estava tentando levar ele para 2016. O tio dele disse: ‘é para este clube que você quer mandar meu sobrinho?’. Nem falava o nome do Palmeiras. Aquilo me deu uma raiva, ele jogando no Santa Fé, com todo respeito, e fala isso? Eu liguei para o cara. ‘Jair, amigo, me escuta. Este clube é o maior campeão do Brasil, uma estrutura fenomenal, vai ganhar a Libertadores, o maior da América do Sul, um dos maiores do mundo’. Falei, falei, e ele disse que o sobrinho era jogador de Barcelona”.

 

 

“Eu agradeci, liguei para o Raúl (Sanllehí), diretor do Barcelona e marquei um café com o André Cury, representante do Barcelona nas Américas. Nos encontramos, eu sabia que o Mina estava no scout do Barcelona e fiz uma proposta maluca. Eu compro e dou opção ao Barcelona. Ele não tinha risco e aceitou. Liguei para o Jair e passei para o Raúl. E ele disse que para ir para o Barcelona teria que jogar no Palmeiras”.

 

 

Raphael Veiga

 

“Eu vi o Veiga em um Atlético-MG e Coritiba, ele jogou muito, falei com o empresário e disse que estava muito próximo do São Paulo, era difícil reverter. Expliquei para o Maurício a proposta: R$ 10 milhões parcelados, em dinheiro era só R$ 6 milhões porque colocamos o Alecsandro pagando salário… ele jogava demais, mas não estava pronto. É um menino que vamos tirar do rival, fazer ele ser o camisa 10 do Palmeiras. Mas vamos precisar emprestar, como foi com o Athletico-PR. Tinha que preparar, é difícil achar um camisa 10. Como o Wesley, que ia embora de graça e foi emprestado ao Vitória. A gente preparou o Veiga. Quando o empresário viu eu ligando muito, deu a dica que o avô era muito palmeirense. Ali eu fui dentro e deu certo”.

 

 

Lucas Lima

 

“Em 2018 todo mundo comemorou (a contratação). Ele foi a pedra fundamental de imposição do Palmeiras em buscar jogador. Eu tive que fazer um acordo com o Antero (Henrique), diretor do Paris Saint-Germain, que se o PSG pagasse 8 milhões de euros eu tinha que liberar ele. Era situação acordada com ele. Tive vários clubes, China pagando horrores, time da Alemanha, Espanha, Portugal. Todo mundo aplaudiu. Foi importante em 2018, não rendeu o esperado… no Atlético-MG eu tentei pegar o Lucas Lima porque o Sampaoli queria, mas o Abel vetou”.

 

 

Keno

 

“O Keno estava jogando muito, a gente não queria vender ele de jeito nenhum, mas o ministro da Arábia assumiu, ia reformular tudo e o primo dele era dono do Pyramids. Queria o Keno de todo jeito, achei que ia casar com o Keno. Naquela parada da Copa do Mundo (de 2018), eu viajei, estava nos EUA e me liga o agente que fazia tudo para ele, um árabe. Chamou porque o ministro queria que eu fosse lá. Falei com o Maurício (Galiotte) e ele avisou: “Alexandre, se esse cara pagar 8 milhões de dólares a gente vende”.

 

 

 

“O cara mandou a passagem, fui para a Rússia, ele pegou um andar inteiro no hotel, uma fila de agentes para falar com este ministro. De repente vem um baixinho, fumando charuto, de pijama. Ele falou do Dudu, Lucas Lima, uns quatro jogadores e depois o Keno. Eu disse que não ia vender ninguém, vi o perfil do cara e pedi 10 milhões no Keno. O cara ficou p…, deu uma porrada na mesa e saiu da sala. Ficou um clima, achei que eu estava morto. Eu vi no olho dele, ele achou que eu falei daquele jeito porque ele não tinha o dinheiro. Então ele apertou minha mão e pagou à

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