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Amigo revela que técnico do Al Ahly se decepciona com futebol brasileiro: ‘Palmeiras não gosta da bola; vocês perderam o senso

Pitso Mosimane comanda Al Ahly, que será o rival do Palmeiras na estreia do Mundial de Clubes

Nesta terça-feira (08), o Palmeiras estreia no Mundial de Clubes da Fifa contra o Al Ahly, do Egito, às 13h30 (de Brasília).

 

O time africano tem como grande arma o ótimo técnico Pitso Mosimane, que há anos vem empilhando grandes troféus no futebol do continente.

Na partida de estreia do Al Ahly no Mundial, contra o Monterrey, o sul-africano bolou uma estratégia perfeita e controlou a partida contra os mexicanos, que eram amplos favoritos (até pelo fato do campeão egípcio estar extremamente desfalcado).

 

Ex-meio-campista da seleção da África do Sul, Mosimane tem até hoje grande amizade com um ex-colega de equipe brasileiro.

 

Trata-se do ex-atacante Pio Nogueira, que fez história no futebol africano e atuou com Pitso no tradicional Orlando Pirates, de Johanesburgo, em 1989.

 

Em entrevista ao ESPN.com.br, o hoje captador de talentos da Portuguesa, que também comanda o projeto social “Um gol para a vida” em Cidade Tiradentes (zona leste de São Paulo), contou que conversa frequentemente com Mosimane.

 

Nos bate-papos com o hoje comandante do Al Ahly, Pio ouviu que Pitso vê o futebol brasileiro “fragilizado” e sem a mesma força de outros tempos, com problemas inclusive no processo de formação de atletas

“No Mundial de Clubes de 2020, que o Palmeiras perdeu para o Al Ahly na decisão de 3º lugar, ele já era o técnico. Antes do jogo, ele me falou: ‘Pio, eu não acredito mais naquela força do futebol brasileiro. Acabaram os jogadores talentosos de antigamente. Por isso, vou para cima do Palmeiras'”, contou Nogueira

“Ele me disse o seguinte: ‘Pio, o futebol brasileiro está fragilizado, porque vocês regressaram para uma situação que os próprios técnicos de base de vocês não são mais técnicos, são ‘formadores de universidade’, só educadores físicos”, relatou.

 

De acordo com Pio, Mosimane passa “24 horas por dia” acompanhando futebol de todos os cantos do mundo e fala com grande conhecimento de causa.

 

“Ele acompanha tudo o que você possa imaginar. Recentemente ele me disse: ‘Vocês perderam o senso. Como é que podem as equipes de base serem comandadas por caras que só fizeram curso de futebol e nunca jogaram bola? O jogador precisa entender o que é o passe, precisa entender como cruzar quando chegar na linha de fundo. É importante o técnico ensinar o posicionamento, mas também precisa ter alguém para ensinar como o jogador tem que usar o pé'”, lembrou.

‘O Palmeiras não gosta da bola’

De acordo com Pio Nogueira, Pitso Mosimane jamais mostrou temor em enfrentar clubes do futebol da América do Norte e do Sul.

 

No caso do Palmeiras, inclusive, o treinador do Al Ahly mostrou certa decepção pelo fato da equipe alviverde muitas vezes apostar no estilo reativo ao invés do propositivo.

 

“Em 2020, antes da disputa do 3º lugar, ele me disse: ‘Eu vou ganhar do Palmeiras’. Ele foi sincero e me falou: ‘Pio, o Palmeiras não gosta da bola, eles gostam de situação de contra-ataque. Por isso, eu vou usar isso no meu time da mesma forma, porque tenho jogadores que estão em condições físicas melhores que as deles. Vou falar para eles se pouparem e, quando saírem no contra-ataque, saírem rápido, porque os atletas egípcios são muito fortes e velozes. Ele já sabia certinho como ia jogar contra o Palmeiras'”, rememorou

A última conversa entre Nogueira e Mosimane foi na semana passada, quando o comandante do Al Ahly mais uma vez apresentou confiança em bater o rival, principalmente se conseguir contar com os reforços que estavam disputando a Copa Africana de Nações com a seleção do Egito.

 

“Na semana passava, ele me disse: ‘Pio, se eu conseguir trazer os cinco caras que estão na seleção para jogar a final contra Senegal, eu vou ganhar do Palmeiras. Se eu conseguir trazer os caras inteiros fisicamente, vou ganhar'”, apostou.

 

“Ele repetiu: ‘Eu sei bem como o Palmeiras joga, temos tudo preparado em vídeo. Se eles vierem dessa forma, a gente vai ‘engolir’, porque nossos jogadores, fisicamente falando, tem um poderio maior que os brasileiros'”, complementou.

 

‘É um cara sensacional’

Segundo Pio, Pitso Mosimane é um cara ao mesmo tempo enérgico e reservado, capaz de alternar muitas emoções.

 

“Ele é um cara sensacional, muito humilde e reservado na vida pessoal. Pense num cara que gosta de ficar no canto dele, quietinho. Esse é o Pitso. Quando a gente o vê se agitando em campo, acha que é uma coisa, mas não é nada disso. Fora de campo, ele é extremamente humilde, educado e reservado”, revelou.

 

O comandante do Al Ahly, inclusive, aproveitou para brincar com o amigo brasileiro sobre as muitas perguntas feitas antes do Mundial de Clubes.”Antes da competição começar, perguntei para ele de onde ele recolhe todas as informações que possui. Ele me disse: ‘Eu não durmo, fico 24 horas ligado no que acontece. Eu sei exatamente como o Monterrey vai jogar e já bolei a estratégia para ganhar dos caras'”, comentou.

“Depois, como eu estava perguntando muito do Palmeiras, ele brincou: ‘Você é espião do Palmeiras agora? (risos)’. Brinquei: ‘Que nada, só sou brasileiro! Não tenho ligação com o Palmeiras, estamos falando só como parceiros, pode ficar tranquilo”, encerrou

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