Rabo preso define patrulha da torcida a jogadores, segundo jornalista
No podcast UOL Palmeiras #17 (ouça na íntegra no episódio acima), o apresentador Pedro Lopes, o colunista Danilo Lavieri e o repórter Diego Iwata Lima falaram sobre os casos, da “patrulha” de torcedores aos jogadores e como todos os lados envolvidos têm ‘rabo preso’ um com o outro.
Os episódios envolvendo Lucas Lima e Patrick de Paula ocorreram pouco depois da morte de um podólogo e de um segurança do clube, ambos vítimas da covid-19. “É impressionante como isso não sensibiliza algumas pessoas. Pelo menos esses dois jogadores não entenderam a relação entre as mortes e a saída deles. Parece que eles não conseguem entender que há uma conexão direta entre esses dois momentos. Também é lamentável como a torcida organizada está patrulhando esses jogadores”, comentou Lima.
Lavieri apontou como todos os lados envolvidos fazem com que o clube não tenha um posicionamento mais contundente nesta polêmica. “Esses casos conseguem reunir tudo o que tem de errado: o dos jogadores em não respeitar a questão sanitária, a falta de empatia pelas mortes recentes de dois funcionários e a lerdeza da diretoria nesse ponto. A gente sabe que o Palmeiras mantém relações com a Mancha Alviverde. O Paulo Serdan, que é uma das figuras que mais aparece na rede fazendo ameaças, é conselheiro. Para terminar o conflito de interesse, a Leila Pereira patrocina a escola de samba. É um resumo que deixou o Palmeiras em uma sinuca de bico”, explicou.
Para Lima, o conflito de interesses fez com que o clube preferisse condenar Lucas Lima e Patrick de Paula e deixasse de lado o erro dos torcedores, que se aglomeraram e cobraram os atletas de forma veemente. “A diretoria do Palmeiras é considerada muito omissa. Por um lado, eles agiram rápido: entraram em contato com os jogadores, confirmaram, soltaram nota. Mas a impressão que dá é que eles se aproveitaram de uma atitude errada da torcida para jogar para a própria torcida algo retaliando os atletas”, disse.
Lavieri concorda e aponta que, em outras ocasiões, a diretoria palmeirense agiu de outra forma em questões espinhosas. “Rabo preso é a melhor expressão para definir toda esta situação. Eles foram criticados por não reagir às coisas que acontecem. De fato, eles preferem deixar rolar. Há situações em que isso não pode ocorrer. Deixam os jogadores muito expostos, percebendo que não serão protegidos quando necessário”, analisou.
Lima acha que a ‘patrulha’ da torcida deve se intensificar e contribuir para conturbar ainda mais o ambiente no clube. “Um erro não justifica o outro. Conhecendo a organizada do Palmeiras, estão tratando essas ações como sucesso e não duvido que se forme até uma rede mais organizada. De uma hora para outra, o Palmeiras, que ganhou dois títulos neste ano, enfrenta uma situação muito surreal. É a essência do ‘palmeirismo’, de encontrar crise quando realmente não precisa”, concluiu.