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Jorginho desabafa contra postura de Abel e vê ‘sacanagem’ com Cuca: ‘Quem sabe se o Cebola permanecesse, não teria sido campeão como ele?’

“A questão não é se alguém vem de fora ou não, é comportamento. Eu já tive um atrito com a comissão do Palmeiras, que eu acho muito desrespeitosa com o árbitro. Eu não sou nenhum santinho, não sou aquele cara que não reclama da arbitragem, mas há um limite. Você não pode xingar o cara de tudo quanto é nome, falar que ele está cego”, começou por afirmar.

 

“Eu sei que já aconteceu várias vezes do Abel ou de membros da comissão técnica serem expulsos. Mas é uma coisa que me espanta, para ser sincero. Fico muito espantado com tudo que acontece ali na beira do campo. No momento que ele está reclamando, parece que ele está beneficiando a minha equipe. Como é que o árbitro vai beneficiar o Atlético-GO? É difícil, a gente não tem essa força toda na CBF. Eu também acredito que a CBF é séria, não quer beneficiar alguém.”

 

Longo desabafo e pedido de respeito

Jorginho relembrou quando Abel Ferreira criticou o sistema defensivo do Atlético-GO para afirmar que não houve respeito com o seu trabalho.

 

“Eu só acho que não pode (acontecer) o que aconteceu. Eu vi a entrevista do Cuca e vi a entrevista do Abel. Respeito muito o Abel, porque ele tem sido um cara vitorioso aqui. Ele não ganhou nada antes, mas ele ganhou aqui. Só que ele ganhou com o Palmeiras, que é um grande time, um grande elenco. Só que ele não pode sugerir o que ele fez para mim, por exemplo. Ele sugeriu para mim: ‘O time deles é muito bom ofensivamente, mas defensivamente deixa a desejar’. P…, isso ele está querendo me sacanear. Eu falei dele, mas do comportamento. Fale do meu comportamento, brigue comigo. Agora, falar da minha equipe, do meu time, do que eu teria que fazer? É o que ele fez com o Cuca.”

 

“O Cuca não fez nada além de expor uma situação que é uma realidade em termos de comportamento de uma equipe que perde um ou dois jogadores, ela se fecha muito mais. E o Palmeiras é uma equipe reativa. É real. E de uma frase que o Cuca fez, eles trouxeram basicamente uma doutrina, que o Cuca… Cara, não é. O Cuca sabe o quanto é difícil jogar contra uma equipe que tem nove jogadores, porque ela vai se fechar, vai ficar num 4-4-1, ou talvez num 5-4, que é difícil de entrar. E ela não vai se expor, só vai se expor com um ou dois jogadores de velocidade. Foi isso que ele colocou.

 

 

“Eu estou abrindo meu coração e não quero briga com ninguém. É uma sacanagem o cara chegar e querer falar que ele enxergou mais do que o Cuca. Isso é uma falta de respeito para mim.”

 

 

“Eu já fui chamado de xenófobo. Olha só a que ponto nós chegamos. Quando as pessoas vencem, as pessoas esquecem. Se um treinador brasileiro fosse para dentro do vestiário escutar música na hora do pênalti, ele seria chamado de covarde. Mas por ter ganhado, nada acontece, está tudo certo.”

 

“O Abel é muito bom treinador e ponto final. Não está em discussão a questão da capacidade dele. O que está em discussão, principalmente nessa situação, é que ele não descobriu o futebol. Nós não estamos na época que portugueses estão vindo para cá e descobrindo o futebol, esquece! O que aconteceu com o Jorge Jesus foi extraordinário, o que está acontecendo, mas é porque tem um elenco como o Flamengo e como o Palmeiras. Eu quero ver ele fazer o que está fazendo ao vir aqui no Atlético-GO. Vem aqui e vai ser campeão brasileiro.”

 

“É um desabafo, mas com todo respeito. Sou um cara muito transparente e estou falando aqui com muita consciência. Ele não pode falar o que outro treinador (tem que fazer), porque ele não sabe mais do que o outro. Ele é vencedor, porque se tivesse outro ali, também seria vencedor. O Cebola estava fazendo um excelente trabalho antes dele chegar. E quem sabe se o Cebola não permanecesse, não teria sido campeão como ele foi? Porque o Palmeiras tem muito, muito dinheiro.”

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