Grupo de Mustafá tenta lançar candidato na eleição do Palmeiras, e racha da oposição aumenta
Enquanto Leila Pereira já está em campanha para a disputa da presidência do Palmeiras, a oposição se divide cada vez mais no clube. Nos últimos dias, o grupo político de Mustafá Contursi passou a articular a candidatura de Mario Giannini para o pleito em novembro.
O movimento faz parte de uma sequência de eventos que tem feito o racha dentro da oposição aumentar. Giannini foi diretor de futebol no fim da gestão de Mustafá, e disputou a presidência do Conselho Deliberativo com Seraphim Del Grande, em junho.
A derrota foi apertada, e o resultado considerado positivo pela oposição, fazendo com que o nome de Mario Giannini fosse novamente levantado agora para o pleito presidencial.
Saverio Orlandi, ex-diretor de futebol na gestão de Affonso Della Monica e ex-membro do Conselho de Orientação e Fiscalização (COF), deseja ser candidato e tem tentado articular sua candidatura
Por não ser ligado a nenhum grupo político, o conselheiro encontra dificuldades para alinhar com todas as pontas. A oposição do Palmeiras hoje é muito dividida, especialmente entre os grupos de Mustafá e do ex-presidente Paulo Nobre, que se afastou totalmente da política alviverde.
Além destas duas alas, há opositores que trabalham de forma mais independente, como é o caso dos ligados ao movimento “Ocupa Palestra”. Na sexta, o grupo divulgou uma nota mostrando-se contrário à indicação de Mario Giannini.
– A candidatura apresentada pela atual conselheira, credora e patrocinadora do clube, Sra. Leila Pereira, caracteriza um incontornável conflito de interesses, tão grave e evidente que jamais seria aceito em ambientes com regras mínimas de governança corporativa. Pelo lado da oposição, especula-se o nome do conselheiro Mario Giannini, ex-diretor de futebol na gestão Mustafá Contursi. Entendemos que nenhuma dessas candidaturas representa a renovação e a transparência de que necessitamos – diz um trecho do texto do movimento.
Antes de Giannini, Luiz Pastore (MDB), primeiro suplente do Senado Federal pelo Espírito Santo, foi o primeiro nome articulado pelo grupo de Mustafá e do ex-presidente Arnaldo Tirone. Não houve, também, aceitação da maioria e a possibilidade esfriou.
Estas divergências dentro da própria oposição dificultam, inclusive, a montagem de uma chapa, que precisa contar com quatro vice-presidentes. Para conseguir completá-la, é necessário o convencimento entre os grupos para ceder nomes, e este tem sido um problema, também.
O conselheiro Paulo Jussio, que chegou a se colocar como candidato, desistiu de concorrer.
Os opositores ainda entendem que por conta deste cenário de divisão e dificuldade para montagem de chapas, lançar duas candidaturas (Giannini e uma terceira via, por exemplo) não é a melhor decisão, mas já começou a ser debatida, também.
– Caso se concretize a disputa entre estes dois nomes (Leila e Giannini), o Ocupa Palestra defenderá e estimulará uma candidatura alternativa que represente os anseios do torcedor e combine o necessário protagonismo esportivo com avanços em termos de governança, profissionalização e verdadeira modernização da gestão do clube – afirma outra parte do texto do movimento.
O processo eleitoral do Palmeiras exige o cumprimento de algumas etapas. A primeira delas é o registro das chapas e a votação no filtro do Conselho. Somente as candidaturas aprovadas por 15% do Órgão – cerca de 42 conselheiros – poderão participar da Assembleia de sócios, que definirá no mês de novembro o novo presidente do Verdão