Copa do BrasilPalmeirasSlider Inicio

Antes de Palmeiras x São Paulo polêmico, CBF salvava imagens do VAR e traçava linhas depois dos jogos; agora, diz que é impossível

Na última terça-feira (19), o presidente da Comissão de Arbitragem da CBF (Confederação Brasileira de Futebol), Wilson Luiz Seneme, informou que não seria possível atender pedido do Palmeiras e traçar as linhas de impedimento para ver se o atacante Calleri, do São Paulo, estava impedido em jogo pelas oitavas da Copa do Brasil, na semana passada, no Allianz Parque.

 

De acordo com Seneme, a “máquina” que é usada para traças as linhas no VAR foi “resetada”. Com isso, as imagens da partida não estão mais disponíveis

 

“Não é possível traçar (a linha), porque este jogo fica por um período na máquina. E, segundo a informação da empresa, quando a máquina vai ser usada novamente, ela precisa ser resetada. E isto foi resetado”, afirmou o dirigente, em entrevista ao GE.

 

A declaração do presidente da Comissão de Arbitragem deixou o Verdão indignado.

 

Em nota oficial assinada pela presidente Leila Pereira, o clube descreveu a fala de Seneme como “desastrada”, chamou o episódio de “lamentável” e reclamou de “prejuízos esportivos e financeiros irreparáveis e de gravidade extrema”.

 

Mas engana-se quem pensa que a “novela” já chegou ao seu capítulo final. O ESPN.com.br ouviu diversas fontes e recebeu versões muito contraditórias sobre o caso e a versão dada por Seneme.

 

Entenda abaixo:

 

Na gestão Gaciba, as imagens ficavam salvas

De acordo com pessoas ouvidas pela reportagem, na gestão Leonardo Gaciba na Comissão de Arbitragem, que durou entre 2019 e 2021, todos os jogos eram gravados e arquivados, com imagens de todas as câmeras.

 

Durante este período, todos os momentos polêmicos e que pudessem gerar dúvidas eram recortados e salvos.

 

Comissão atual diz que traçar linhas depois do jogo é impossível

Em contato com a ESPN, membros da Comissão de Arbitragem atual confirmaram que na gestão Gaciba as imagens eram arquivadas, como apurou a reportagem.

 

No entanto, eles afirmaram que o salvamento dos vídeos é irrelevante, pois não seria possível traçar as linhas de impedimento após o encerramento de uma partida, como pede o Palmeiras.

 

Segundo as fontes, as paralaxes (diferenças na posição aparente de um objeto em relação a um plano de fundo, tal como visto por observadores em locais distintos ou por um observador em movimento) só ocorrem quando há o ajuste entre todas as câmeras dos estádios e as fibras ópticas integradas que são usadas pelas máquinas do VAR.

 

Por isso, não seria possível traçar as linhas depois, já que, quando o jogo acaba, deixa de haver a integração câmeras/fibras, tornando impossível colocar as linhas de maneira correta. Afinal, o ajuste é feito especificamente para cada jogo, usando as posições de câmeras em cada estádio.

 

Justamente por esse motivo, as imagens de Palmeiras x São Paulo não teriam sido arquivadas, já que não há mais o que fazer depois que um duelo chega ao final, independentemente dos pedidos feitos por clubes.

 

Fontes ouvidas pela ESPN contestam versão da CBF

Em contato com diversas fontes da arbitragem brasileira, a versão dada pela CBF à ESPN foi contestada.

 

 

De acordo com vários profissionais e ex-juízes, se forem salvas todas as câmeras usadas para traçar linhas de impedimento (1, 6, 7 e linha do gol), é possível, sim, fazer as linhas de impedimento posteriormente.

 

As fontes apontam que isso não só é possível como era efetivamente feito no passado recente em clipes didáticos usados para aulas e instruções às equipes de arbitragem.

 

As pessoas ouvidas ressaltam, porém, que se as imagens do jogo de fato foram apagadas, então de fato se torna impossível fazer as linhas de forma correta.

 

Todavia, se fossem arquivadas as câmeras 1, 6, 7 e linha do gol, seria viável atender o pedido do Palmeiras e ver se Calleri estava ou não impedido no polêmico lance do pênalti marcado para o São Paulo.

 

Cabe ainda ressaltar que a CBF ainda não se pronunciou de forma oficial sobre os desdobramentos do caso. Até o momento, a entidade só admitiu que houve erro no protoloco do VAR ao não chegar a possível posição irregular de Calleri na hora do jogo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *