Jorginho diz não ser xenófobo, mas reforça críticas a postura de Abel Ferreira: “Ridícula”
– Em primeiro lugar, fui 12 anos estrangeiro na minha vida, dez anos como jogador e dois anos como treinador. Tenho respeito muito grande por ser estrangeiro e como estrangeiro. Tenho cidadania portuguesa, não tenho nada contra o Abel. No jogo de ontem, ele não veio me cumprimentar, como um anfitrião tem que fazer, não entendi essa postura – disse.
– O que me assusta em campo é a forma desrespeitosa que ele e sua comissão técnica fazem com o árbitro. Tenho 12 anos fora do meu país, aprendi a amar as pessoas independentemente do país. A única coisa que fiz foi pedir ao quarto árbitro para ter mais severidade com aquilo que ele estava fazendo. Conversei com alguns treinadores brasileiros hoje sobre isso, a gente vê em algumas entrevistas como ele tem uma gestão de campo maravilhosa. Dentro de campo, precisa mudar o seu comportamento.
Jorginho se desculpou pela declaração. Mas reforçou as críticas a Abel e também citou Jorge Sampaoli, ex-técnico de Santos e Atlético-MG.
– Está sendo polêmica essa declaração sobre ele ter vindo ao nosso país. Me assusto com o olhar que o Abel dá para o árbitro e para o quarto árbitro. O que eles falam é um absurdo. Se de alguma forma passei essa imagem, não é a minha forma de ser (xenófobo). Não é uma justificativa, mas acho que esses temas e esse comportamento precisam ser debatidos. No momento que ele está falando e sendo desrespeitoso com o árbitro, automaticamente ele está falando com a minha equipe. Que ele possa refletir junto com sua comissão sobre essa posição.
– É ridícula a forma como eles olham e tratam os árbitros. Se eu faço uma coisa dessas, sou punido com cartão vermelho. Me deixa triste essa diferença de tratamento. Tínhamos o Sampaoli, que tinha uma postura parecida. Tomar quatro gols em sete minutos deixa a gente triste e chateado, mas fiz essa colocação e deixei parecer que sou xenófobo, peço desculpas. Jamais vou tratar estrangeiros de forma diferente.