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O que está por trás da permanência do atacante Giovani no Palmeiras

Nas palavras dos próprios envolvidos nas negociações, só mesmo uma oferta exorbitante será capaz de fazer com que o atacante Giovani, 17, deixe o Palmeiras para jogar no Ajax (HOL). O Palmeiras pede a multa de 60 milhões de euros (R$ 367 milhões). Emissários do clube holandês precificaram o atleta em 12 milhões de euros (R$ 73 milhões). E o negócio não deve mesmo sair

Mas para além do valor da oferta, Giovani não vai deixar o Palmeiras porque os planos do clube para ele são outros. E não só para ele. Conforme o diretor de futebol Anderson Barros explicou em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o objetivo principal com ele e com os demais jogadores da base é ter “retorno esportivo”. Em outras palavras, em primeiro lugar, o objetivo é que os garotos sejam aproveitados na equipe principal do Palmeiras antes de serem negociados.

 

“É necessário um reconhecimento pelo que está sendo feito, pelo trabalho feito pelo [diretor da base] João Paulo Sampaio e pelo [gerente de futebol] Cícero Souza.

 

E quando a gente diz que não vai negociar, queremos dizer que é preciso que haja um reconhecimento desse trabalho, e que haja retorno técnico no time principal”, disse Barros.

 

Percentual como clube significa valor menor no caixa

 

É importante frisar que o Palmeiras nunca recebeu uma proposta de 12 milhões de euros por Giovani.

 

Como a ideia sempre foi que o Palmeiras permanecesse com um percentual do jogador para venda futura, o valor que caberia ao Alviverde sempre foi uma fração disso.

 

Se a proposta de venda para os holandeses, com 20% dos direitos ficando com o Verdão, por exemplo, tivesse sido aceita, caberia aos cofres palmeirenses “apenas” 9,6 milhões de euros (R$ 58 milhões).

 

Valores fora da realidade

 

Para algumas pessoas com conhecimento sobre a negociação por Giovani, o valor da multa não é uma pedida dentro da realidade por parte do Palmeiras. O clube também não se importa com isso. Não é por acaso. Pessoas do departamento de futebol ouvidas pela reportagem afirmam que bater o pé pela multa é um comportamento estratégico.

 

O que o Palmeiras quer impedir é que o “mercado”, leia-se os clubes da Europa, precifiquem os jogadores de acordo com o interesse deles. Negociar a partir da multa é a melhor maneira de chegar mais perto dos valores que o Palmeiras considera justo por suas crias.

 

Então todos vão jogar? Não é bem assim

 

O Palmeiras sabe que nem todos os jogadores revelados pelo clube conseguirão jogar nos profissionais. E mesmo aqueles que eventualmente consigam espaço, nem sempre vão saltar diretamente dos times da base para o principal. Por isso, empréstimos para outros clubes são sempre uma possibilidade. Foi o caso do atacante Wesley, que atuou pelo Vitória antes de retornar ao Palmeiras para ser bicampeão da Libertadores, Paulista e da Copa do Brasil.

 

Pode acontecer de algum jogador ser negociado sem jogar, também. Mas para que isso ocorra, o valor da negociação tem que superar o benefício esportivo e a valorização que o Palmeiras projeta para o atleta em questão. No momento, Pedro Bicalho, capitão do time campeão da Copinha, é um dos três atletas da equipe com idade estourando para o sub-20. A julgar pela situação do elenco, uma saída temporária para outra equipe é vista com bons olhos pelo clube e pelo estafe do jogador.

 

 

 

Já o zagueiro Lucas Freitas tem mais chances de ficar na equipe principal alviverde, por ser canhoto, uma raridade para a posição no elenco. Já Lucas Sena, lateral-direito que veio do São Paulo, ainda terá sua situação estudada, pois seu contrato com o Palmeiras só vai até o fim do ano.

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