Abel Ferreira se emociona ao falar da Família e diz como decidirá futuro no Palmeiras
– Família para mim é tudo. E eu em determinado momento da minha vida, enquanto treinador, fui muito egoísta. Porque eu só pensei em mim e não pensava neles. Eu quero ser treinador, eu quero ganhar títulos, porque eu nunca tinha ganho um título grande como jogador – relatou.
– Eu achava que se ganhasse um título ia ser feliz a vida toda. Então pus de lado um pouquinho o acompanhar as minhas filhas e a minha família. Deixei-os em Portugal e fui para a Grécia. Estava completamente obcecado pela parte do treino, do treinador. Dedicar todo o meu tempo, porque há um preço que se paga para chegar. Só que na altura eu não sabia qual era.
– Quando o pai ganha, é dos outros, quando perde é deles (família) – disse, com os olhos cheios de lágrimas
– Quando saio da Grécia e venho para o Brasil, mesmo contra a opinião deles, em busca desse título, e nós ganhamos a Copa (do Brasil) e ganhamos a Libertadores. E vocês lembram-se muito bem aquilo que eu disse: sou melhor treinador, mas sou pior pai, pior marido, pior filho e nos momentos em que tu estás sozinho, tu começas a perguntar a ti qual é o teu sentido da vida
– Depois de falar com a Leila, e ela tem parte muito importante neste processo, que é o ter a família comigo. Eu não vou trocar o Palmeiras agora para o outro lado, sem a família estar comigo. Custou-me tanto de ter a família comigo – contou
– Já pensei muito em mim mesmo e agora chegou o tempo não de pensar em mim, de pensar em nós. O que é melhor para nós? E depois a gente, juntos, resolve. O maior título que eu ganhei aqui foi conseguir ter a minha família três anos comigo a assistir às derrotas, às vitórias, porque quando tu perde, eles vão estar sempre lá em casa para ti – completou
– Já estive do outro lado e vou dizer honestamente. Eu, como europeu, quando ligava, não gostava de ver jogos no Brasil. O futebol brasileiro é como ver uma corrida de Fórmula 1 na chuva. Tem carros que podem dar 350 km/h, mas não podem passar de 200 km/h – comparou
– Brasil não é um país, é um continente. Tem um calendário com jogos de dois em dois dias, ver duas equipes cansadas, o ritmo é mais lento. O gramado não ajuda, ainda mais lento é. Tecnicamente, para mim, o brasileiro é o melhor do mundo. Mas temos que criar as condições.
– Os brasileiros conseguem ser competitivos, têm chances, todos os 32 que estão aqui, têm. Uns mais, mas todos têm chances. Para mim, sendo estrangeiro a treinar no Brasil, é um orgulho – concluiu.